É muito comum que tutores achem que todo filhote é igual e têm as mesmas demandas. De fato, todo cão tem necessidades básicas a serem supridas, mas ao chegar em casa cada cão se torna um animal único pronto a reagir da própria maneira ao ambiente e relações sociais em razão a sua genética, experiências já vividas na ninhada.

O primeiro passo para se ter um filhote deve ser a busca por informações de como educar um cachorro para que não surjam frustrações futuras (por parte do tutor e do animal). Muitas vezes, os tutores ficam surpresos quando seus cães mordem, latem, roem, cavam e fazem as necessidades espalhadas pela casa. Mas esses são comportamentos naturais da espécie que precisam ser direcionados.

Em toda casa existem regras a serem seguidas, mas não é justo exigir disciplina de um filhotinho sem alguém ter ensinado. E esse alguém é o tutor. Educação não é intuitiva, é preciso estudar, pesquisar. Sabendo sobre o comportamento natural, necessidades básicas e que educação é a questão principal, a vida da família multiespécie fica muito mais prática e harmoniosa.

O filhotinho chegou: e agora?

Uma questão de erro recorrente por parte dos tutores é a retirada do filhote da ninhada. Numa situação ideal, os cães devem ficar com a mãe e a ninhada até completar, pelo menos, 60 dias, devido ao desenvolvimento cognitivo e social da espécie. A partir do momento que o filhote vai para casa, começa a se criar vínculo com a família e todo o processo deve ser cheio de experiências boas e tranquilas.

Escolha um médico veterinário para conduzir a vacinação, acompanhar a saúde do seu filhote e ser uma referência para a família. Do ponto de vista comportamental, uma das coisas mais importantes para os cães é o período de socialização com todos os tipos de seres vivos possíveis, estímulos sonoros, odores, visões e experiências com o ambiente. Os filhotes que forem privados dessa exposição, tendem a ser adultos assustados e desconfiados, podendo até ter comportamentos agressivos. Para você ter ideia, a reatividade com outros animais e pessoas é o transtorno de comportamento mais atendido na Jeito Animal.

A principal janela de socialização vai até cerca de quatro a cinco meses de idade, mas deve ser constante até a maturidade. Em contrapartida, esse período ocorre durante a primovacinação, então todo cuidado é pouco. Enquanto a vacinação não está completa, exponha seu filhote somente em ambientes controlados e limpos, com animais saudáveis e vacinados. Uma ótima alternativa é sair para passear no colo, assim ele consegue ter contato com o mundo ficando protegido de doenças.

Agora que você já sabe o básico, está na hora de preparar o novo lar do seu amigo. Um ambiente seguro para ele dormir, diferentes formas de enriquecimento ambiental, comida e acessórios para passeio. Quando o filhote se separa da mãe e dos irmãos, é normal que ele chore quando fica sozinho. Por isso, nunca o deixe fechado em um cômodo longe de companhia nos primeiros dias.

Brinquedos diversos (pelúcias, de roer, cordas), alimentação de boa qualidade (ração ou alimentação natural), petiscos saudáveis para treinos e reforços positivos e coleira/peitoral e guia. O aprendizado ocorre de forma lenta, constante e requer paciência e muito amor. Se estiver tendo dificuldades com a adaptação ou comportamentos indesejáveis, não hesite em procurar ajuda profissional de um educador positivo.

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