Na edição passada da nossa coluna, eu trouxe informações sobre a “Síndrome Pica”, que acomete gatos que consomem substâncias inapropriadas como borracha, papel, tecido, couro e plástico. Mas para propor um tratamento adequado, em primeiro lugar é importante diagnosticar a causa do distúrbio que pode ser clínica, comportamental ou ter as duas causas juntas e, claro, fazer o tratamento adequado e conduzido por um médico veterinário.
Também é necessário um esforço extra do tutor em observar a casa, a rotina do gato e retirar do alcance tudo o que o gato possa vir a ingerir. Caso não saiba exatamente o que o seu gato come, a orientação é deixar uma câmera funcionando no ambiente.
Outra questão importante é dar a possibilidade de o gato expressar comportamentos de caça. Devemos oferecer Enriquecimento Ambiental (EA), como brinquedos recheáveis, bolinhas dispersoras de ração, tabuleiros de atividades, ofertar alternativas para ele mastigar ou comer como graminha, catnip, orelha bovina e peixes – que encontramos facilmente desidratados.
Pesquisando EA para gatos na internet você vai ter várias ideias muito bacanas. Gosto muito de brinquedos feitos com recicláveis para enriquecer o ambiente, mas, neste caso, você também terá que observar se o gatinho não está ingerindo partes do reciclável.
Manter uma rotina diária, “gatificar” a casa colocando caixas de papelão, arranhadores de diferentes superfícies, prateleiras, brinquedos de varinha como o flying cat e ter alguns momentos diários de interação com seu gatinho faz parte da terapia comportamental para melhora de quadro.
É importante para qualquer animal ter qualidade de vida e não estar em constante estresse. Para animais com a “Síndrome Pica”, ainda mais. Por isso, identifique e remova fatores estressantes da rotina dele. Por exemplo: se você tem mais de um pet em casa e eles têm dificuldade em conviver, você deve procurar ajuda profissional para melhorar a relação. Aliás, um adestrador positivo com experiência com gatos irá te ajudar muito no sentido de levar mais bem-estar para o seu gatinho.
Em alguns casos, haverá a necessidade de entrar com terapia medicamentosa com psicofármacos junto com a terapia comportamental com um educador e todas a modificações ambientais citadas acima.