É comum nos depararmos com situações de animais extremamente ansiosos ao chegarem em uma clínica veterinária. Muitos associam o local negativamente por conta das experiências vividas nesse ambiente, que estão relacionadas a algum tipo de trauma com vacinas, dor, desconforto dele ou de outros animais. Isso pode acontecer porque a maioria absoluta dos tutores só leva o pet até a clínica quando há sintomas de doenças ou para vacinação, ou seja, em situações estressantes para ele.

Cães e gatos podem sofrer de um trauma denominado “síndrome do jaleco branco”, que ocorre quando já passaram por momentos difíceis sendo manipulados por profissionais vestidos de jaleco e associaram o uniforme a algo ruim. Mas felizmente esse trauma e o estresse com manejo clínico podem ser minimizados com o manejo Low Stress.

O método proporciona a diminuição da contenção física, aumento de associações positivas e, consequentemente, redução do limiar do estresse. O resultado é um animal mais tranquilo durante o processo. O manejo pode ser feito tanto em ambiente hospitalar quanto na casa do tutor – em caso de consultas e vacinação.

Quando a vacinação é realizada em ambiente hospitalar, o tutor deve ficar atento desde o momento da saída de casa. Colocar peitoral e guia calmamente, manter o nível de excitação baixo. O deslocamento até o hospital deve ser o mais tranquilo possível e é importante que se observe se a consulta é realizada no tempo do animal, sem gerar inseguranças ou receios.

Já a consulta realizada na casa do animal proporciona mais segurança e aconchego. No momento do procedimento, priorizamos o mínimo de contenção possível, oferecendo petiscos de alto valor simultaneamente à aplicação da vacina, fazendo com que ela passe despercebidamente para a maioria dos animais.

Para os cães ou gatos que já tenham algum trauma ou um maior receio, podemos realizar a vacinação no colo do tutor para trazer mais segurança. Após a aplicação, é importante manter a interação positiva com presença do profissional para que fique uma boa lembrança do momento.

Em ambas as situações, o profissional deve fazer com que o animal se sinta o mais seguro e confortável possível com a situação, podendo, assim, construir um vínculo através de sinais e reforços positivos como petiscos, carinhos e brincadeiras.

E aqui vai a minha dica de ouro: procure por profissionais que tenham essa visão voltada ao comportamento, saúde e bem-estar geral do animal durante uma consulta ou vacinação, seja ela feita em domicílio ou em clínicas. Isso pode evitar traumas e minimizar o estresse daqueles cães e gatos que já sofrem. O momento da vacinação ou das consultas não precisa ser um problema para pets e nem para os tutores. Pense nisso!

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